Magoa, arranca-nos a alma de forma crua, este filme é duro, real, "violento". Manchester by the sea transportou-me para um passado distante e ainda assim tão presente dentro de mim.
Como a morte de alguém que nos é tão querido nos marca para sempre, como as nossas vida mudam e nada volta a ser o mesmo, neste filme Casey Alfeck é Lee que voltou à sua terra natal para cuidar do sobrinho adolescente depois da morte do irmão mas que antes já tinha perdido três filhos num incêndio.
O meu pai ficou com duas filhas crianças para criar, eu com 12 anos a minha irmã com 7, ninguém imagina a dor, as cicatrizes que esta ausência criou e ao mesmo tempo os laços que se fortaleceram as entre nós.
O meu pai agarrou-nos com uma força sobre humana e nunca mais largou... Cá estamos nós esculpidas pelo seu amor, coragem e uma dedicação sem fim numa jornada que tem tudo para ser feliz apesar de mutos anos de dor.
Ah é verdade falava eu de um filme, já me esquecia tal foi a forma como me tocou, Casey merece o Óscar de melhor actor porque mostrou no ecrã foi tão real que doeu e só um actor capaz disso merece esta distinção, arrancou de mim sentimentos fortes e isso não é fácil acontecer.
Levantem-se e batam palmas porque nasceu um grande actor, daqueles que são bem capazes de ficar para a história.
Ahhhhh a grande dúvida...como passar este bocadinho (já tardio) de serão? Ler um bom livro ou ver um bom filme? Estou tão dividida que me apetecia fazer as duas coisas o pior é que de manhã levo com o despertador e vou-me arrepender seriamente de não ter ido logo dormir .
Li o livro primeiro, não gosto de ver os filmes primeiro, tira-me a vontade de ler o livro (manias), gostei do que li, da narração, de podermos ver a historia do ponto de vista das principais personagens, gostei do desenrolar que nos leva a pensar vários cenários possíveis antes do grande final, enfim devorei o livro.
Quanto ao filme é sempre estranho, já sabemos a história claro, parece que se passa tudo mais rápido e que faltam imensos pormenores que estavam no livro, mas tudo isso é normal, é um filme e como tal tem que ser comprimido, escolhas e ajustes têm que ser feitos de modo a cativar o público sem o aborrecer.
No filme ganha sem dúvida a representação de Emily Blunt que achei fenomenal, brilhante, é uma actriz a seguir com atenção, como pontos negativos realço o facto de terem mudado a historia de cidade, não vi razão nenhuma para o fazerem e acho que lhe tirou alma.
Na minha opinião o livro ganha com uma grande vantagem, enquanto lemos o filme que se forma na nossa cabeça é muito melhor e isto dito por uma viciada em cinema.