OK ou sou muito burra ou qualquer coisa não está a bater muito bem. Então eu estive 10 dias em isolamento a depender de família e amigos para me trazerem bens essenciais a casa porque não podia (nem queria) sair de casa, porque estando infectada não ia como é óbvio pôr outros em risco.
Estamos todos a fazer sacrifícios para dentro do possível combater esta pandemia e agora dizem-me que os infectados vão poder sair para votar no dia 30?!
Mas que raio de decisões são estas? estarei a viver num mundo à parte? noutra dimensão?
INFECTADOS FICAM EM CASA!!! simples... Que se lixe a política, eleições e afins, não existem excepções.
Mas que cérebro iluminado se lembrou desta? está tudo parvo?
Já saí do isolamento mas a vontade que tenho é de não pôr os pés na minha mesa de voto coisa que nunca fiz mas agora mais que nunca todos os partidos merecem esta chapada de luva branca.
Resumindo os infectados com covid alteram completamente as suas vidas, quer familiares, quer profissionais durante o isolamento mas para ir votar... oh sim senhor venham cá os votos que esses são muito mais importantes que a saúde pública.
Aqui fico eu a pensar na lógica da batata e a sentir-me ignorante....
Se não viram vejam, devorem, oiçam e apreciem, Tick Tick Boom é uma obra prima mas mais importante que isso é a interpretação de Andrew Garfield, é que o rapaz já provou mais que uma vez o grande actor que é.
Um filme quase poético, semi-musical, semi-autobiográfico que às primeiras palravas cativa de maneira apaixonante, é impressionante a entrega dos actores, a força das palavras, a maneira como a história é contada sem se tornar aborrecida, é alegre e triste, é um filme que vai directo ao coração e nos faz respirar fundo pela fluidez com que passa diante nossos olhos.
Confesso que nunca tinha ouvido falar deste filme em particular mas assim que carreguei no play fiquei colada ao ecrã, Andrew é Jon um escritor que luta para ser escritor de peças de teatro, o tempo passa e ele vê os 30 anos a chegar sentido cada vez mais a pressão de criar, de escrever a sua peça.
Jon interpertado por Andrew foi um escritor e compositor que ficou conhecido por abordar temas polémicos para a altura (anos 90) e que ganhou vários prémios, veio a morrer aos 35 anos vitima de problemas cardíacos.
O globo de ouro já o tem venha agora o óscar para Andrew.
“Se eu chorar, é só algo lindo. Isso é todo o amor não expresso."
E não, não ando para aí despida mas como a maior parte das pessoas em isolamento o pijama passou a fazer parte do meu dia-a-dia.
Assim que testei positivo e vim recambiada para casa a primeira coisa que fiz foi pôr os pijamas em ordem, aproveitando para usar até os que me ofereceram no Natal. A segunda coisa que fiz foi cair na cama e apreciar os sintomas que foram aparecendo e começando pela febre desfilou pelo meu corpo um cocktail de dores, nada de grave graças às vacinas.
Enfim assim que melhorei o entusiasmo pelos pijamas foi diminuindo ao ponto de hoje ter embirrado que me ia vestir, nada de chique, enfiei o meu fato de treino e até calcei os meus ténis preferidos tal como se fosse fazer uma saidinha até ao supermercado.
E depois? depois voltei para o quarto contar o tempo que me falta para ser libertada, a mim não bastam os 7 dias saiu-me na rifa 10 dias por ser sintomática e por ter um historial médico menos bom (depois conto). Bem ao menos fiz o gosto ao "dedo" e soube bem vestir-me mesmo que tenha sido para continuar fechada em casa.
O ser humano é muito estranho, num dia queremos estar em casa no quentinho a devorar filmes e séries, no outro só queremos sair e já não encontramos um filme que nos agrade no meio dos milhares que temos disponíveis em todo o lado.
Estou fechada en casa há 5 dias, 5 dias de covid aliviados graças a Deus pelas vacinas que tomei.
Ainda assim tenho o que se chama uma grande gripe nada mais grave que isso.
Sei que a minha santa terrinha entre a Serra e o mar está neste momento apinhada de casos covid19, nada que me espante, tenho plena consciência que vai passar por todos nós. O que me espanta é ainda existir gente que brinca com isto, que mal discotecas e bares abrem se esquecem que vivemos no meio de uma pandemia.
Esquecem-se que têm gente idosa em casa que os estão a pôr em risco, é vê-los sem máscara a dançar todos em cima uns dos outros na alegria da santa ignorância ou estupidez (mais estupidez).
Já sei que para a semana os números que já são elevados vão subir ainda mais.