O fantasma que é o raio do cigarro
Há dois anos tive uma doença grave que me deixou duas semanas em coma e me deu uns longos quatro meses de recuperação, até aí eu já fumava há uns dez anos e a partir daí nunca mais fumei, foi fácil deixar pois quando estava doente só de pensar em fumar dava-me vontade de vomitar.
Foram muitos anos e o cigarro passou a ser uma companhia, um escape, um antidepressivo que me descontraia e me ajudava nos momentos mais difíceis, nunca tentei deixar porque simplesmente não queria, porque simplesmente gostava de fumar, essa é a verdade, existem pessoas que dizem odiar fumar mas que alegam não conseguir deixar, eu nunca quis.
Depois quando tudo aconteceu já não fazia sentido voltar a pegar no cigarro, tinha passado muito tempo, o vicio tinha desaparecido e até o simples cheiro do fumo me começou a deixar agoniada mas...no meio de tudo isto há sempre um "mas" e aqui há um "mas" escondido, o fantasma do cigarro.
Ainda hoje foi a ultima vez, um bom jantar, amigos, copos de vinho a vazar e alguns amigos a ir à rua fumar, dou por mim a querer ir com eles, a ter saudades de ter um cigarro nos dedos no meio de uma conversa bem regada, mas porquê? pergunto eu, se eu já experimentei umas duas vezes e odiei, o sabor, o gosto que fica na boca etc. a verdade é que o fantasma fica sempre lá, o conforto de ter o cigarro nos dedos, a calma que transmite, enfim parvoíces.
Ainda tenho saudades de fumar e apesar de nunca dizer nunca a nada, espero não voltar, acho que era mais pelo convivio, acho que eram as noitadas que puxavam sei lá...estou muito melhor assim.